domingo, 22 de dezembro de 2013

NATAL PÓS-MODERNO

Atualmente está muito em moda essa história de pós-modernidade. Segundo os entendidos no assunto, a modernidade foi à era dos grandes avanços tecnológicos, sociais e políticos, e já passou. Agora estamos no tempo da pós-modernidade, em que estes avanços estão sendo questionados, pois produziram também poluição, destruição pela guerra, injustiças sociais, etc.; e, por outro lado, estes mesmos avanços produziram uma tendência ao individualismo e à indiferença no ser humano. 

Nesse ambiente pós-moderno, o Natal tornou-se um evento de mercado, uma oportunidade de negócios, que explora justamente o individualismo consumista e utilitário vigente. A referência ao Natal se faz pela necessidade, falsamente criada, de obter bens os mais variados. Na maior parte são coisas supérfluas, adquiridas com dívidas, muitas vezes em detrimento de coisas mais importantes, como o pagamento do aluguel e outras despesas sérias.

Pelo correio chegam cartões de empresas de comércio e serviços, instituições financeiras, políticos, etc., que nem sabem quem você é; só têm o seu nome num cadastro. Tais cartões geralmente trazem mensagens bonitas, mas quase sempre vazias de sentido, porque nos são estranhas. Não são palavras autênticas, são palavras compradas numa papelaria qualquer.

A referência ao Natal se faz também por mencionar sentimentos vagos de amor, paz, harmonia e alegria, e por falar de um deus distante. Nem tais sentimentos nem tal deus têm muito a ver com a verdadeira pessoa que deles fala, a qual, se vista na intimidade, mostra, na verdade, egoísmo, indiferença e até aversão pelos outros. 

Já reparou na facilidade com que as pessoas fazem votos de felicidade nesta época? No trabalho, o sujeito acha o colega insuportável, mas na véspera do Natal estende-lhe a mão e lhe deseja um sonoro “Feliz Natal”.  Na família, o irmão está sem falar com a irmã há 3 meses, mas fazem uma trégua no Natal, trocam presentes e cartões belíssimos, passam algumas horas juntos, e depois voltam a brigar.   

A referência ao Natal se faz ainda por uma comemoração sem muito sentido. Comemora-se por comemorar, como no filme americano em que um milionário solitário aluga uma família por 250 mil dólares, para ter com quem passar o natal. Jesus tornou-se uma “antiga lenda” de um menino pobre num presépio, e só. Em meio ao luxo das roupas, ao brilho das árvores luzentes, à indispensável troca de presentes, à abundância de comida e bebida, quase ninguém se lembra de que lá na estrebaria, meio escura, Jesus e seus pais tinham bem pouco que comer ou que vestir. 

Creio que a maioria das pessoas faz isto apenas porque acha ser um costume ou um dever social. E creio, também, que uma boa parte sente-se constrangida ao fazê-lo.   

Pois eu quero propor algo diferente neste próximo Natal!

Não, não quero acabar com as felicitações, com os cartões, com as comemorações. Quero propor é o fim da hipocrisia.

Explico: gostaria que todo mundo, antes de fazer seus votos de feliz natal e ano novo, meditasse neste ensino do chamado “apóstolo do amor”: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade.” (I João 3:18).

Greville P. Lewis, citado por John Stott, disse o seguinte: ”É mais fácil ser entusiástico com a Humanidade, com H maiúsculo, do que amar homens e mulheres individuais, especialmente os desinteressantes, os que nos enervam, os depravados ou os que de alguma forma nos causem repulsa. Amar toda a gente em geral pode ser uma boa desculpa para não amar ninguém em particular”.

Em um mundo de tanta superficialidade, a igreja do Cristo do Natal tem o dever de chamar o povo para voltar a um entendimento, nunca ultrapassado, de que este é um tempo de humilde adoração ao Deus-homem que se entregou por nós, para que não vivêssemos mais para nós próprios, mas para Deus e para os outros.

Portanto, neste Natal, proponho fazer o que Jesus faria, se estivesse em nosso lugar: agir sempre impulsionado pelo amor.

Em Cristo Jesus

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

SOBRE PASTORES E LOBOS - COMO DIFERENCIÁ-LOS?

1. ELE RENUNCIA SUA VIDA PELAS OVELHAS 
- Tem esforço contínuo de ajuntar e não espalhar 
- João 10.10; Jeremias 23.1 “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR.” 
- Tem ciência de que irá prestar contas ao Senhor 
- Jeremias 23.2; Ezequiel 34.12 “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” 
- Tem zelo pois a cobrança divina é constante 
- Ezequiel 34.4; Jeremias 23.3 “E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão.” 

2. ELE DÁ PROTEÇÃO E ORIENTA AS OVELHAS 
- Se esmera na instrução do povo com a palavra
- Jeremias 23.4; Jeremias 3.15 “E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência.” 
- Sua transparência está acima de qualquer suspeita
- João 10.1; Mateus 7.15 “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.” 
- Ele contrasta com ações egoístas de falsos pastores - Jeremias 5.31; João 10.2 “Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.” 

3. ELE SE ESFORÇA EM CUIDAR DAS OVELHAS 
- Jesus só autoriza os aptos para apascentar - João 10.3; I Pedro 5.2 “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto”. 
- Jesus só autoriza os que pregam a verdade 
- João 10.4; 2 Timóteo 4.2 “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” Jesus só autoriza os que vivem a verdade - João 10.5; Tito 2.7 “Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade.”

II. SOBRE PASTORES E LOBOS - COMO DIFERENCIÁ-LOS? 
- Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos. 
- Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são devoradores (Mateus 7:15).” 

SOBRE PASTORES E LOBOS - COMO DIFERENCIÁ-LOS? 

1. Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões. 
2. Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes. 
3. Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar. 
4. Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores. 
5. Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes. 
6. Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos. 
7. Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças. 
8. Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas. 
9. Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério. 
10. Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade. 
11. Pastores têm amigos, lobos têm admiradores. 
12. Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas. 
13. Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem. 
14. Pastores vivem de salários, lobos enriquecem. 
15. Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos. 
16. Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público. 
17. Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas. 
18. Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos. 
19. Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco. 
20. Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros. 
21. Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos. 
22. Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas. 
23. Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição. 
24. Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
25. Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos. 
26. Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto. 
27. Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos. 
28. Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas. 
29. Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem. 
30. Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei. 
31. Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto. 
32. Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais. 
33. Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada. 
34. Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas. 
35. Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
36. Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros. 
37. Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho. 
38. Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais. 
39. Pastores tem dons e talentos, lobos tem cargos e títulos. 
40. Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas. 
41. Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas. 
42. Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas. 
43. Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas. 
44. Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles. 

45. Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de codependência.

Deus em Cristo nos abençoe e nos livre dos falsários que vagueiam no nosso meio.
Em Cristo.

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

terça-feira, 5 de novembro de 2013

LIVRE-SE DO MEDO QUE O PARALISA!

João 8:36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.


QUATRO considerações importantes sobre liberdade:
1.    Deus criou o homem para ser totalmente livre;
2.    A liberdade do Homem foi profundamente afetada pelo pecado de Adão;
3.    O pecado escraviza o homem;
4.    Só Jesus pode tornar o homem livre de verdade. João 8:32 e 36 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertarᔓSe, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.

O medo foi o primeiro sentimento negativo que o homem provou. Gn 3:10 Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me”.

O medo pode manifestar-se nas pessoas de duas formas: positiva ou negativa.
Forma positiva do medo instintivo, normal, natural necessário à sobrevivência humana sobre a face da terra. (Choque, olhar para os dois lados da rua, multa...) Ele serve como mecanismo de defesa e proteção. Foi o medo que o rei Josafá sentiu. 2 Cr 20:1-3 “Depois disto sucedeu que os moabitas, e os amonitas, e com eles alguns dos meunitas vieram contra Jeosafá para lhe fazerem guerra. Vieram alguns homens dar notícia a Jeosafá, dizendo: Vem contra ti uma grande multidão de Edom, dalém do mar; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi. Então Jeosafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá”.

I. SEGUNDO OS ESPECIALISTAS NO ASSUNTO O MEDO QUE SE MANIFESTA DE FORMA NEGATIVA PODE SER DIVIDIDO EM TRÊS CATEGORIAS:
a)  Fobia específica: Medo irracional focalizado numa coisa, idéia ou circunstancia. (barata, rato, elevador, injeção...).
b)  Fobia social: É o medo de exposição ao público. (falar, comer, se vestir, tomar banho...).
c)   Pânico: É o lado mais cruel e danoso do medo. É o medo incontrolado e extremo que paralisa as pessoas diante do perigo ou ameaça dele. João 14:26  Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”.

II. COMO VENCER O MEDO? – A Luz das Escrituras.
A. Encare Seus Medos De Frente!
Assim como fez Davi diante de Golias.
Se você não enfrentar os seus medos você nunca irá vencê-los.
Quando o medo bater a porta do seu coração, mande a fé abri-la e você verá que não existe ninguém lá fora.
Você tem medo de dirigir? Dirija.
Pregar? Falar em público? Fazer provas? Andar de avião? Lugares escuros ou apertados? Pedir aumento para seu patrão?


B. Vença As Suas Desculpas!
Questão hereditária, genética, personalidade, temperamento, meio social em que vivo sistema.

C. Alimente Sua Mente De Bons Pensamentos.
Pensamentos são como combustível.
Ah eu não vou conseguir, não vou passar, não vou ser aceito, não vou gostar de mim, não conseguir terminar isso, não vou casar, vou ficar para titia, vou morrer pobre,
“Se pensa que não vai conseguir, ou que vai, em todos os casos estará certo”!
Pare de criar fantasmas! Pare de ver monstros em todos os lugares!
Leia a Bíblia! Leia bons livros!
Se encha do Espírito Santo.

D. Desfrute Cada Vez Do Amor De Deus
1 Jo 4:18  No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor”.

E. PERMITA QUE JESUS ENTRE NO MEIO DOS SEUS MEDOS
João 20:19-23 “Chegada, pois, a tarde, naquele dia, o primeiro da semana, e estando os discípulos reunidos com as portas cerradas por medo dos judeus, chegou Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se, pois, os discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, então, Jesus segunda vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
Os discípulos estavam trancados em uma casa, dominados pelo sentimento do medo. Eles estavam paralisados, dominados e oprimidos pelo sentimento mais antigo que abriga o coração humano.

QUANDO Jesus entra no meio dos nossos medos – Resultados. O medo está muito ligado à ausência de Jesus.

Que o Senhor Deus nos abençoe em Cristo
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

LIÇÕES NA TEMPESTADE

1.   Tempestades Vêm Quando Começamos A Caminhar Com As Nossas Próprias Pernas. 
Mt 14.24 “Entrementes, o barco já estava a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário”. Quando decidimos caminhar “sozinhos”. Dependência e maturidade - Jesus liberou os seus discípulos para aquela experiência.

2.   Sempre Que Nos Predispomos A “Irmos Mais Longe”, A “Passarmos Adiante”, A “Atravessarmos Para O Outro Lado” Tempestades Virão.
Mc 6.45-47 “Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. E, tendo-a despedido, foi ao monte para orar. Chegada a tardinha, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra”.

3.   De Onde Eu Estou (Uma Margem) Para Onde Eu Preciso Chegar (Outra Margem)? Tempestades Fazem Parte Do Processo.
Jo 6.17,18 “e, entrando num barco, atravessavam o mar em direção a Cafarnaum; enquanto isso, escurecera e Jesus ainda não tinha vindo ter com eles;  ademais, o mar se empolava, porque soprava forte vento”.
O processo é importante!
È preciso abandonar à margem e seguir para o outro lado!
Sair de onde está para chegar lá!
Vença o comodismo e a inércia!
O que te prende no cais?
Do sonho à realização – deserto à Canaã – Presente  ao Futuro.

4.   Na Hora Da Tempestade Redobre Sua Atenção: Vigie Sua Mente E Boca.
Quem sabe os discípulos pensaram assim:
“Que fria que ele nos meteu”
Pra todo mundo ele realiza milagres e para nós?
Estamos dando uma dura e ele lá ficou conversando.
Se eu sair vivo daqui vou entregar o meu cargo.
Onde eu estava com a cabeça quando decidi entrar neste barco.
Jonas dormiu na hora da tempestade.
Os israelitas murmuraram, foram incrédulos e idolatras.
È bom seguir os exemplos de Paulo e Silas na prisão.

5.   O Maior Erro Na Hora Da Tempestade.
O maior erro que os discípulos cometeram: Eles pensaram que Jesus só viria após cessar a tempestade. Mt 14 25 “Â quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar”.
A prova disto - Mt 14.26-29 “Os discípulos, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, assustaram-se e disseram: É um fantasma. E gritaram de medo. Jesus, porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou eu; não temais. Respondeu-lhe Pedro: Senhor! se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas. Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus”
Todo e qualquer tipo de acesso aos discípulos naquele momento era do ponto de vista humano totalmente improvável.
Deus age sem dar explicações, de maneira misteriosa. Ele é Deus. Ele está acima de tudo e de todos! Isaías 55:6 “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”.
Jesus veio durante a tempestade, caminhando sob as águas.
A sua benção pode vir durante a tempestade!

6.   Tempestade É Lugar De Desafios.
Mt 14.28,29 “Respondeu-lhe Pedro: Senhor! se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas.  Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus”.
Desafios:
- Sair do barco
- Fazer algo novo, diferente, inédito, inusitado
- Vencer medos e quebrar paradigmas
- Agir sem ter as condições favoráveis

7.   Na Tempestade A Nossa Influência Aumenta
Jo 6. 20,21 “Mas ele lhes disse: Sou eu; não temais. Então eles de boa mente o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam”.
“Subindo ambos no barco” Quando nós nos damos aos desafios da vida fora do barco, a nossa influência aumenta quando voltamos para ele.

8.   Os Verdadeiros Adoradores São Formados Nas Tempestades.
Mt 14.33 “Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus”.
Eles adoraram a Jesus. Jó adorou, Jesus adorou, Paulo adorou etc. E Você?

Que Deus em Cristo nos abençoe a entender esta mensagem.
Em Cristo.


Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

TRANSFORMANDO A TRISTEZA EM ESPERANÇA

Neemias 1.4 “Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu”.
A reação de Neemias ao ver Jerusalém destruída, foi somente chorar. Naquele momento a tristeza foi tanta que não tinha forças para nada. Não sabia o que fazer nem por onde começar. Mas não podia demonstrar tamanho desespero para não desanimar o povo de Deus. Então teve que tomar a difícil decisão de fazer algo por Jerusalém.
A Jerusalém destruída simboliza a situação que muitas famílias, igrejas e vidas que estão sendo oprimidas. Neemias representa o servo ou a serva de Deus que vê a situação e se entristece. Fica então no dilema de se desesperar ou dar esperança para aqueles que precisam.
Por pior que seja uma situação, vale a pena ter esperança porque “a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5.5). Quando estamos tristes não conseguimos pensar. Parece que nossa mente bloqueia. Por isso precisamos aprender como alimentar a esperança em situações de desespero. Você está sem Esperança?
Veja como Neemias conseguiu transformar sua tristeza em Esperança:

1- ORAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR: NEEMIAS 2.1-5
A primeira atitude de Neemias foi orar. No capítulo 1 dos versos 5 a 11 traz uma linda oração intercessora por sua terra e seu povo. Certamente Neemias fazia isso constantemente, mas agora foi com mais intensidade que nunca.
Como copeiro do rei, Neemias tinha influência para pedir alguma coisa, contudo preferiu se dirigir primeiro ao Rei dos reis. Quando o rei Artaxerxes lhe perguntou a razão de sua tristeza e o que desejava, antes de responder “então orei ao Deus dos céus” (v.4c). Como Neemias orou diante do rei? Teria sido o que chamo de ‘oração relâmpago’. Estava tão ligado em intimidade com Deus que de maneira instantânea e automática orou pedindo forças a Deus.
A oração traz a esperança que precisamos para vencer. Quando você não pode fazer nada além de orar, então ore porque “posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Antes de fazer qualquer coisa, por mais simples que seja, tome um tempo de oração primeiro. É a oração que traz o poder para alcançar o impossível.
Você ora antes de resolver seus problemas?
A oração deve estar em primeiro lugar!

2 – BATER NAS PORTAS CERTAS: NEEMIAS 2.6-9
Além de orar a Deus, Neemias aprendeu a “aproveitar as oportunidades” (Colossenses 4.5). A rainha também estava presente e o momento seria propício para sensibilizar o rei. Pediu ao rei Artaxerxes um tempo para realizar a obra de restauração dos muros de Jerusalém, bem como o material necessário. O rei não somente permitiu como também patrocinou a reconstrução da Cidade Santa.
Neemias sabia que precisaria de muitos apoiadores, por isso também pediu cartas do rei para os governadores que estavam além do rio Eufrates, no caminho para Jerusalém (v.7). Pediu uma carta para o guarda da floresta real que lhe fornecesse madeira para a obra (v.8). Também levou consigo uma escolta de soldados do rei e cavaleiros para fazer sua segurança na viagem (v.9). Com estas cartas, por onde Neemias passasse, as portas seriam abertas.
Jesus prometeu que “batei e abrir-se-vos-há” e “quem bate abri-se-lhe-há” (Mateus 7.7,8). Precisamos parar de ficar lamentando e aprender a bater nas portas que estão diante de nós. Existem portas esperando para ser abertas, bastando apenas uma iniciativa. Muitas pessoas reclamam que não tem um emprego, mas não estão se esforçando suficientemente ou não aceitam um serviço que consideram inferior ao que deseja.
Certa vez aprendi que ‘depois de uma porta sempre haverá outras’. Isso é verdade, depois da porta da sala vêm as portas da cozinha, quartos, banheiro, etc. Então precisamos entrar nas portas que estão abertas e bater em outras para que se abram.
Você está batendo nas portas certas?
Aproveite as oportunidades!

3- AVALIAR A SITUAÇÃO: NEEMIAS 2.11-18

O próximo passo de Neemias foi ir até Jerusalém para ver pessoalmente como estava. Chegando lá “não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer” (v.12). Depois de olhar tudo como estava e levantar as informações necessárias, então Neemias expôs o que desejava para o povo da cidade pedindo o seu apoio. Quando ouviram sua proposta, todos se animaram e “fortaleceram as mãos para a boa obra” (v.18).
Se Neemias tivesse transmitido sua tristeza para o povo, não teriam se animado para ajudar. Por isso, antes de agir precisamos aprender a avaliar a situação para saber como fazer de maneira correta. Também é importante saber esperar o momento certo para qualquer atitude. Muitas pessoas erram por precipitação entrando em lutas que não estão preparados para enfrentar ou fazendo contas que não têm condições de pagar.
Jesus ensinou que antes de qualquer investimento ou batalha precisamos “se assenta primeiro para calcular” (Lucas 14.28 e 31). Abraão também avaliou sua situação “sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido” (Romanos 4.19). Precisamos aprender a reconhecer nossas dificuldades e mesmo assim ter fé suficiente para enfrentar os problemas trazendo esperança para outras pessoas. Tire um tempo para refletir, planejar e principalmente orar antes de qualquer coisa.
Você já avaliou sua situação?
Deus é poderoso acima de tudo!

4- CONTAR COM A PODEROSA MÃO DE DEUS: NEEMIAS 2.19 E 20
Neemias teve muitos problemas para conseguir vencer a tristeza e ter a alegria de ver a cidade restaurada. Vários adversários tentaram de todos os modos atrapalharem a reconstrução de Jerusalém. Sambalate e Tobias armaram várias ciladas para impedir ou atrasar a obra.
Neemias sempre falou da “mão de Deus” (1.10; 2.8; 2.18) que sempre estava com Ele e orava pedindo “ó Deus, fortalece as minhas mãos” (Neemias 6.9). Sua resposta aos inimigos sempre era que estava muito ocupado e não podia parar o serviço para atendê-los, garantindo que não precisava de sua ajuda, pois “o Deus dos céus é quem nos dará bom êxito” (Neemias 2.20).
Quem disse que tudo são flores? Existem barreiras no caminho, contudo cada uma delas deve ser enfrentada com fé e perseverança. Não se desespere. Fique firme em Deus e aguarde a sua salvação, porque Deus não se atrasa. Na hora certa o Senhor te dará livramento, pois “a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar” (Isaías 59.1).
A Palavra de Deus nos promete que “nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?” (Isaías 43.13), então creia que sua vida está nas mãos de Deus. Sendo assim, não importa o que fizer o homem, porque “sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28).
Sua vida está nas mãos do homem ou de Deus?
Entregue-se nas poderosas mãos do Senhor!
Espere em Deus!

Neemias conseguiu vencer a tristeza em seu coração e transformar o desespero do povo em esperança. Graça a isso conseguiu restaurar a cidade de Jerusalém e com muita alegria louvaram ao Senhor. Sua situação de tristeza foi transformada em júbilo por sua vitória. Se tivesse deixado à tristeza do seu coração atingir o povo ou se influenciado pelo desespero das pessoas, não teria conseguido.
Assim como um motorista dirigindo à noite não pode focar o olhar nos faróis que vêm na direção oposta para não ser atraído por eles e sair da direção certa, assim também precisamos aprender a direcionar os nossos olhos para a esperança que vem de Deus. Se olharmos somente os problemas, ficamos limitados a eles e não conseguimos vencer.
Mesmo que tudo pareça tão difícil, continue “esperando contra a esperança” (Romanos 4.18) até que “o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Romanos 15.13). Nunca desanime, mesmo que para o homem não haja quaisquer chances, para Deus nada é impossível.
Não deixe o desespero tomar conta de você!

Deus nos Abençoe em Cristo.

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Usando O Nome De Deus Em Vão

Um dos pecados mais comuns hoje em dia, para o qual poucas pessoas atentam, é o uso do nome de Deus em vão. A Bíblia afirma que usar o nome de Deus em vão é pecado e enfatiza que Deus condena tal prática (Êx 20.7 “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão”). Logo, devemos evitar tal uso em nossa vida. Mas o que é usar o nome de Deus em vão?

Usar o nome de Deus em vão significa que o cristão não pode referir-se a Deus de forma vã, leviana, sem propósito ou desrespeitosamente. Não se pode usar o nome de Deus de toda forma. Não se deve banalizar o nome de Deus. Porém, não são poucos os que usam o nome de Deus, por exemplo, em piadas muitas vezes desprezíveis, num ato de desrespeito total à santidade de Deus. Outros usam para justificar pecados pessoais e/ou sustentar mentiras, tais como:
  • Dizendo que Deus falou, quando Ele nunca disse nada. Is 29.15 “Porquanto dizeis: Fizemos pacto com a morte, e com o Seol fizemos aliança; quando passar o flagelo trasbordante, não chegará a nós; porque fizemos da mentira o nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos” ;  Is 59.3 “Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniqüidade; os vossos lábios falam a mentira, a vossa língua pronuncia perversidade”. Jr 27.16 “Então falei aos sacerdotes, e a todo este povo, dizendo: Assim diz o Senhor: Não deis ouvidos às palavras dos vossos profetas, que vos profetizam dizendo: Eis que os utensílios da casa do senhor cedo voltarão de Babilônia; pois eles vos profetizam a mentira.
  • Ministérios criados e formados pela mentira. Jr 28.15 “Então disse o profeta Jeremias ao profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: O Senhor não te enviou, mas tu fazes que este povo confie numa mentira.
  • Profetas se promovendo na mentira.  Ez 22·28 “E os profetas têm feito para eles reboco com argamassa fraca tendo visões falsas, e adivinhando-lhes mentira, dizendo: Assim diz o Senhor Deus; sem que o Senhor tivesse falado”.
  • Pastores e lideres que se fizeram a si mesmo. Jr 50.6 “Ovelhas perdidas têm sido o meu povo; os seus pastores as fizeram errar, e voltar aos montes; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso”; Ef 4.11 “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres”
FORMAS “SUTIS” DE TOMAR O NOME DO SENHOR EM VÃO:
Na Bíblia “vão” significa “vazio”, “sem conteúdo”, “sem valor”, “não produtivo”. Pronunciar o nome de Deus em vão demonstra um desprezo para com o Deus Todo-Poderoso, que é um Deus de plano e propósito.

1. Com irreverência – Ef 5.3,4: “…palavras vãs ou chocarrices…”. São todas aquelas formas de falar, aquelas frases irreverentes que usamos que incluem o nome santo de Deus. Como é comum e inconsequente soltarmos um “o Deus do céu esta neste negocio”, “o Senhor Deus mandou-te dizer”. Se for realmente isto que Deus esta falando, então não tem problema. Mas se for apenas uma “força de expressão” ou comentário descuidado, aí é outra coisa! E Deus não é, e nunca foi desocupada, a coisa vai pegar!
Ap 22.15 “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira”.

2. Com hipocrisia (Is 48.1 Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais do nome de Israel, e saístes dos lombos de Judá, que jurais pelo nome do Senhor, e fazeis menção do Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça”) –  São pessoas que se chamam pelo nome de Deus, mas não vivem sinceramente na presença de Deus. Professar e cantar publicamente, mas em casa não viver a verdade que confessa.

3. Como uma falsa imagem – Usamos em vão o nome de Deus quando usamos Deus como espantalho na educação dos filhos, quando, por exemplo, ameaçamos dizendo: “Deus está te vendo! Deus vai te castigar!”.
•   Com esses abusos do nome de Deus, muitas pessoas foram feridas na sua infância.  A imagem curadora de Deus se transforma numa imagem ameaçadora, vingativa e muito exigente.

4. Como forma de manipular – Quando se usa o nome de Deus para manipular (Engendrar, forjar, maquinar/ Controlar; dominar) as massas:
a. Política (“guerras santas”);
b. Religião (manipulação; intimidação);
c. Intolerâncias;
d. Na igreja: o famoso “Deus me falou”, “to sentindo de Deus”!.

5. Como um chavão – Quando alguém usa o nome de Deus ou de Jesus Cristo como obscenidades – ou como expressões convenientes de raiva, frustração ou medo –, essa pessoa ainda não teve nenhum vislumbre real da majestade, santidade e maravilha de Deus. Jamais devemos usar o nome de Deus de maneira frívola ou mecanicamente.

Fazem um juramento falso, não pela ignorância, mas consciente, sabendo que é contrário ao segundo mandamento. Fazendo isso ele está invocando a Deus para ser testemunha de sua mentira. E Deus não é o pai da mentira! Jo 8.44 “Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira”.

O perjúrio é uma falta de respeito para com Deus. Consiste em fazer um juramento que não se pode ou, depois de algum tempo não se tem a intenção de cumpri-lo. Não se pode também fazer um juramento para realizar-se uma obra má. Mais é o que mais esta acontecendo

Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, expõe o segundo mandamento: "Vocês ouviram também o que foi dito aos antigos: 'Não jure falso, mas cumpra seus juramentos para com o Senhor'. Eu, porém, lhes digo: 'Não jurem de modo algum: nem pelo Céu porque é o trono de Deus; ... diga apenas 'Sim' guando é 'Sim' e 'Não' quando é 'Não'. O que você disser alem disso vem do maligno" (Mt 5,33-34.37).

O que estamos vendo hoje é a pura mediocridade, falsidade escancarada de um bom número de “pastores e lideres”, cuja facilidade de serem é só fazerem um curso teológico e já recebem uma credencial para tal função, mas em colocar esta função em exercício ai é revelado!  Que Deus não os chamou, não revelou, não falou nada a seu respeito e nem aprovou.

Os homens sempre quiseram alentar o seu ego e ter um status em qualquer grupo social ou religioso, mas o que esta acontecendo nesta pós-modernidade e o absurdo do obvio. O jeitinho brasileiro esta também nas grandes instituições religiosa para aprovar o que Deus não disse absolutamente nada. E ai! Estamos com um “grupo de lideres”, totalmente despreparado, desrespaldado e desaprovado. Pois o Senhor Deus desses nada falou.
Deveríamos segui os exemplos bíblicos, mas parece que demora muito para que eu seja reconhecido nas convenções! E ai!  “vamos da uma ajuda ele merece” E respondeu Amós, e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boieiro, e cultivador de sicômoros. Mas o Senhor me tirou de após o gado, e o Senhor me disse: Vai, profetiza ao meu povo Israel”. Amos 7 14,15

Interessante é que todos os que querem ser ofuscado pelos holofotes da vaidade e da vangloria, não estão preparados para pagar o preço de seus ministérios, a saber:
“não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado; antes em tudo recomendando-nos como ministros de Deus; em muita perseverança, em aflições, em necessidades, em angústias, em açoites, em prisões, em tumultos, em trabalhos, em vigílias, em jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por má fama e por boa fama; como enganadores, porém verdadeiros; como desconhecidos, porém bem conhecidos; como quem morre, e eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; como entristecidos, mas sempre nos alegrando; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo”. 2 Co 3-10

Que Deus em Cristo ilumine os nossos olhos para não andarmos nas trevas.

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

As Divisões da Igreja de Corinto – Retrato de Hoje

Apesar de ser uma igreja que se via como espiritual (1 Coríntios 3.1 “E eu, irmãos não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo”) e de ser voltada para a busca de dons carismáticos (1 Coríntios 12.31; 14.1; 14.12), a igreja de Corinto estava na iminência de dividir-se em pelo menos quatro pedaços. Paulo, ao escrever-lhes, menciona que tem conhecimento de quatro grupos dentro da comunidade que ameaçavam a sua unidade:
1.     Os de Paulo,
2.     Os de Pedro,
3.     Os de Apolo
4.   E os de Cristo (1 Coríntios 1.11-12 “Pois a respeito de vós, irmãos meus, fui informado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo”).

A igreja de Corinto, com seu espírito faccioso e divisionista, a despeito de sua pretensa espiritualidade, ficou na história como um alerta às igrejas cristãs de todo o mundo, registrado na carta que Paulo lhes escreveu.

Para aprendermos a lição, devemos primeiramente entender o racha que estava por acontecer naquela igreja. E não é um desafio fácil determinar com relativa certeza a natureza e identificação de cada um dos grupos mencionados por Paulo em 1 Coríntios 1.12.

Uma explicação popular é a dos partidos teológicos. Para alguns estudiosos, os aderentes de Pedro, Paulo e Apolo haviam-se agrupado em torno das suas doutrinas distintas, formando uma divisão rígida dentro da igreja. Estes grupos se caracterizavam por manter as ênfases doutrinárias características daqueles líderes.
Geralmente se ouve falar que:
  • Os de Pedro mantinham um Cristianismo judaico rígido e intolerante, até meio legalista.
  • Os de Paulo eram mais abertos, enfatizando a salvação pela fé sem as obras da lei,
  • Os de Apolo seguiam a hermenêutica alegórica do eloquente alexandrino.


A realidade é que não há qualquer indício em 1 Coríntios 1-4 da existência de partidos teológicos. A relação entre a teologia dos líderes favoritos e a formação destes partidos em torno de seus nomes é altamente especulativa.
O que se percebe é que havia a escolha pessoal de cada coríntio de um líder favorito, de quem ele se vangloriava de ser discípulo (1 Coríntios 1.12 “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo” ; 3.21 “ Portanto ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso”).
As contendas se davam porque cada um deles afirmava que seu eleito era o melhor (3.21, 4.6). Percebemos ainda que existe uma relação estreita entre o apego à filosofia grega e a formação dos partidos em 1 Coríntios 1-4. Os slogans “eu sou de...” soam como culto à personalidade, um erro no qual crentes neófitos e imaturos caem com frequência.

No caso dos coríntios em particular, esse culto à personalidade tinha recebido um impulso adicional da sua tendência, como gregos, de exaltar os mestres religiosos ao status de theioi anthropoi, “homens possuindo qualidades divinas”. As principais escolas filosóficas da Grécia costumavam invocar o nome de seus fundadores e principais mestres. Esse costume poderia explicar a vanglória dos coríntios em seguir Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o Mestre de todos, Cristo.
Os slogans usados pelos coríntios (“eu sou de...”) ratificam esse ponto. O problema tinha a ver com a tendência comum de alguns crentes de venerar líderes cristãos reconhecidos. Com exceção de Cristo, os nomes escolhidos pelos coríntios são de um apóstolo (Pedro e Paulo) ou de alguém associado com eles (Apolo):
Paulo era o fundador apostólico da igreja (4.15); Apolo, por sua vez, embora não considerado no Novo Testamento como um apóstolo, era um pregador eloqüente e tinha desenvolvido um ministério frutífero entre os coríntios, depois da partida de Paulo (3.6, cf. At 18.24-28, 19.1);
E Pedro era o conhecido líder dos apóstolos, e muitos possivelmente teriam sido atraídos a ele, embora não seja certo que alguma vez ele haja visitado a igreja de Corinto.
Os “de Cristo” são notoriamente difíceis de identificar. Embora a escolha do nome de Cristo tenha sido possivelmente uma reação ao partidarismo em torno de nomes de homens, os seus aderentes nada mais são que outro partido. Eles se vangloriavam de que seguiam a Cristo somente, e não a homens, mesmo que estes fossem apóstolos.

Paulo os teria criticado pela forma facciosa com a qual afirmavam esta posição aparentemente correta. É provável que os membros do partido “de Cristo” eram os mesmos “espirituais”, um grupo na igreja que se considerava “espiritual” (cf. 3.1; 12.1; 14.37). Para eles, o conceito de ser “espiritual” estava relacionado com o uso dos dons espirituais, principalmente de línguas e de profecia. Este grupo, por causa do acesso direto que julgava ter a Deus, através dos dons, teria considerado desnecessário o ministério de Paulo, tinham-no em pouca conta, e mesmo queriam julgar a sua mensagem (1 Coríntios 4.3; 4.18-21; 8.1-2; 9.3). Esse seria o grupo “de Cristo,” cujos membros (em sua própria avaliação) não dependiam de homem algum, mas somente e diretamente do Senhor, através dos dons. Paulo faz pouco caso das suas reivindicações, e considera a igreja toda como sendo “de Cristo” (cf. 3.23; 2 Coríntios 10.7).

É o próprio Paulo, entretanto, quem nos revela a causa interna principal para as divisões entre os coríntios:
São essas, a saber: Eles ainda eram carnais (1 Coríntios 3.1-4 “E eu, irmãos não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo. Leite vos dei por alimento, e não comida sólida, porque não a podíeis suportar; nem ainda agora podeis; porquanto ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não estais andando segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; não sois apenas homens?” ; cf. Gálatas 5.20 “a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos”). Esta carnalidade, embora deva ser interpretada primariamente como imaturidade, em contraste aos “maduros” ou “perfeitos” (1 Coríntios 2.6 “Na verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada”), carrega uma conotação ética, como a expressão “andar segundo os homens” (1 Coríntios 3.3 “porquanto ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não estais andando segundo os homens?”) indica.

Podemos concluir que os partidos de Paulo, Apolo, Cefas e Cristo, que estavam rachando a igreja de Corinto, não eram partidos teológicos, isto é, aglutinados em torno da suposta teologia de cada um destes nomes. Mais provavelmente, os partidos se formaram a partir das preferências pessoais dos coríntios individualmente, tendo como impulso a sua imaturidade, sua carnalidade, e sua tendência, como gregos, de exaltar mestres religiosos. O partido de Cristo, por sua vez, havia se formado por outro motivo, a enfatuação religiosa produzida pelos dons carismáticos.
A situação triste da igreja de Corinto nos fornece um retrato do espírito divisivo que ainda hoje permeia as igrejas evangélicas. É um texto básico para ser pregado e ensinado nas igrejas e seminários. Embora haja momentos em que uma divisão seja necessária (quando, por exemplo, uma denominação abandona as Escrituras como regra de fé e prática), percebemos que as causas do intenso divisionismo evangélico no Brasil são intrinsecamente corintianas: imaturidade, carnalidade, culto à personalidade, orgulho espiritual, mundanismo. Nem sempre os líderes são culpados do culto à personalidade que crentes imaturos lhes prestam. Paulo, Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado a formação de fã-clubes em torno de seus nomes. De qualquer forma, os líderes evangélicos sempre deveriam procurar evitar dar qualquer ocasião para que isto ocorra, como o próprio Paulo havia feito (1 Coríntios 1.13-17 “será que Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por amor de vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo? Dou graças a Deus que a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio; para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome. É verdade, batizei também a família de Estéfanas, além destes, não sei se batizei algum outro. Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo). Infelizmente, o conceito de ministério que prevalece em muitos quartéis evangélicos de hoje é exatamente aquele que Paulo combatia em 1 Coríntios.
 
Que Deus em Cristo tenha misericórdia de todos nos e que possamos esta vivendo dignamente com Cristo e sua Palavra.


Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva