terça-feira, 1 de julho de 2014

O PODER DE DECISÃO NA IGREJA DE CRISTO ESTA COM O LÍDER?

Estaríamos certo em concordar em que o líder da igreja tenha que decidir tudo?

Quando verdades bíblicas são levadas aos extremos por aplicações desequilibradas, elas têm a capacidade de destruir vidas, tanto individualmente como coletivas (como no suicídio em massa em Jonestown, Guiana Inglesa, de mais de 900 seguidores de Jim Jones). “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus”. Rm 13.1 Esta é a recomendação bíblica.
Usando–se este versículo bíblico o ensinamento sobre submissão tem sido expandido, tanto por grupos protestantes (evangélicos) como católicos, os quais vão muito além do conceito bíblico ensinado no Novo Testamento. A verdade como ela está em Jesus, sempre promovera liberdade. Ela nos liberta para que sejamos tudo o que o Senhor quer que sejamos.  “O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos”. Lc 4.18
“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros”. Gl 5.13
Quando as escrituras falam de autoridades superiores, elas estão sugerindo que há níveis legítimos e uma estratificação de autoridade os quais devemos nos submeter. Elas também subentendem que há ocasiões em que  autoridade superior(divina) e a inferior(humana) entram em conflito, e temos, então, que escolher a obediência a Deus ao invés de lideres religiosos (“Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que aos homens”. At 5.29).
Há centenas de anos atrás líderes da Igreja reuniram-se para tratarem de certos problemas que estavam destruindo a fé e a pratica dos crentes. A “confissão de westminster”, ( é uma confissão de fé reformada, de orientação calvinista. Adotada por muitas igrejas presbiterianas e reformadas ao redor do mundo, esta Confissão de Fé foi produzida pela Assembléia de Westminster e aprovada pelo parlamento inglês em 1643.) que foi o resultado desta conferencia, fornece-nos três declarações que deveriam ser usadas como diretrizes para os lideres da igreja entenderam a AUTORIDADE VERAZ das Escrituras, elas são:
      a)    “Nada contrario ás Escrituras pode ser verdadeiro”;
      b)    “Nada que seja acrescentado ás Escrituras pode ser obrigatório”;  
   c) “Todos os crentes são responsáveis diante de Deus para pesquisarem as Escrituras a fim de verificarem se o que está sendo dito pelos lideres da igreja é verdadeiro”.
“E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim”. At 17.10,11
A Igreja não tem o direito para fazer novas leis, nem anular os mandamentos de Cristo. Um pastor não tem direito para mandar na igreja nem dar ordens, sem que estas não tenha respaldo bíblico. A Igreja só tem direito para observar aos mandamentos e as leis Bíblicas dadas por Jesus Cristo seu cabeça. Ela é governada pela Palavra de Deus através de toda congregação consciente das ordenanças bíblicas. Não existe poder (autoridade) eclesiástico mais alto do que ela.

No nosso entender, a igreja cristã biblicamente entendida, governa-se a si mesma, mediante o sistema democrático em que todos os seus membros livremente podem e devem ouvir e ser ouvidos, votar e ser votados, conforme a sua capacidade pessoal de servir (…). A igreja cristã, à luz do Novo Testamento, é uma democracia perfeita, em qual o pastor e seus auxiliares de administração (tenham as categorias ou denominações que tiverem) não dominam, pois quem domina sobre ela é Jesus, por mediação do Espírito Santo, sendo o pastor apenas um servo que lidera os trabalhadores sob guia do mesmo Espírito Santo; e, neste caso, é expressa e taxativamente proibido ter domínio sobre a igreja. “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho”.  I Pedro 5.2,3.

Os apóstolos da igreja de Cristo não faziam tudo sozinhos, ou deliberavam tudo, haja visto, que quando se encontram em situações difíceis entre a congregação, colocaram a igreja para ajudar nas decisões. “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, e os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos”. At 6.1-6

Estamos atravessando dias em que os “lideres” das mais diversas “igrejas” estão fazendo o que querem e o que não querem. Estão se sentindo os donos do pedaço. Os imperadores do sol nascente. Os Califas de Bagdá, etc...
Precisamos ficar ligados e atentos aos acontecimentos, pois o que estamos vendo é o cumprimento das Escrituras 2 Tm 3.1-6 “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências”.
1 Tm 6.4,5 “ é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas, disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro”.

Que Deus nos ajude a sermos a IGREJA VERDADEIRA DE JESUS...
Um abraço em Cristo

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário