Estaríamos certo em concordar em que o
líder da igreja tenha que decidir tudo?
Quando verdades bíblicas são levadas aos
extremos por aplicações desequilibradas, elas têm a capacidade de destruir
vidas, tanto individualmente como coletivas (como
no suicídio em massa em Jonestown, Guiana Inglesa, de mais de 900 seguidores de
Jim Jones). “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores;
porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram
ordenadas por Deus”. Rm 13.1 Esta é a recomendação bíblica.
Usando–se este versículo bíblico o
ensinamento sobre submissão tem sido expandido, tanto por grupos protestantes
(evangélicos) como católicos, os quais vão muito além do conceito bíblico
ensinado no Novo Testamento. A verdade como ela está em Jesus, sempre promovera
liberdade. Ela nos liberta para que sejamos tudo o que o Senhor quer que
sejamos. “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas
aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da
vista aos cegos, para pôr em liberdade
os oprimidos”. Lc 4.18
“Porque vós, irmãos, fostes
chamados à liberdade. Mas não
useis da liberdade para dar
ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros”. Gl 5.13
Quando as escrituras falam de
autoridades superiores, elas estão
sugerindo que há níveis legítimos e uma estratificação de autoridade os quais
devemos nos submeter. Elas também subentendem que há ocasiões em que autoridade superior(divina) e a inferior(humana)
entram em conflito, e temos, então, que escolher a obediência a Deus ao invés
de lideres religiosos (“Respondendo Pedro e
os apóstolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que aos homens”. At
5.29).
Há centenas de anos atrás líderes da
Igreja reuniram-se para tratarem de certos problemas que estavam destruindo a
fé e a pratica dos crentes. A “confissão de westminster”, ( é uma confissão
de fé reformada, de orientação calvinista. Adotada por muitas igrejas presbiterianas e reformadas ao redor do mundo, esta Confissão
de Fé foi produzida pela Assembléia de Westminster e aprovada pelo parlamento inglês em 1643.) que foi o
resultado desta conferencia, fornece-nos três declarações que deveriam ser
usadas como diretrizes para os lideres da igreja entenderam a AUTORIDADE VERAZ
das Escrituras, elas são:
a)
“Nada contrario ás Escrituras pode ser verdadeiro”;
b)
“Nada que seja acrescentado ás Escrituras pode ser
obrigatório”;
c) “Todos os crentes são responsáveis diante de Deus
para pesquisarem as Escrituras a fim de verificarem se o que está sendo
dito pelos lideres da igreja é verdadeiro”.
“E logo, de noite, os irmãos
enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga
dos judeus. Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque
receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para
ver se estas coisas eram assim”. At 17.10,11
A Igreja não tem o direito para fazer
novas leis, nem anular os mandamentos de Cristo. Um pastor não tem direito para
mandar na igreja nem dar ordens, sem que estas não tenha respaldo bíblico. A
Igreja só tem direito para observar aos mandamentos e as leis Bíblicas dadas
por Jesus Cristo seu cabeça. Ela é governada pela Palavra de Deus através de toda
congregação consciente das ordenanças bíblicas. Não existe poder (autoridade)
eclesiástico mais alto do que ela.
No
nosso entender, a igreja cristã biblicamente entendida, governa-se a si mesma,
mediante o sistema democrático em que todos os seus membros livremente podem e
devem ouvir e ser ouvidos, votar e ser votados, conforme a sua capacidade
pessoal de servir (…). A igreja cristã, à luz do Novo Testamento, é uma
democracia perfeita, em qual o pastor e seus auxiliares de administração
(tenham as categorias ou denominações que tiverem) não dominam, pois quem
domina sobre ela é Jesus, por mediação do Espírito Santo, sendo o pastor apenas
um servo que lidera os trabalhadores sob guia do mesmo Espírito Santo; e, neste
caso, é expressa e taxativamente proibido ter domínio sobre a igreja. “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por
força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância,
mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas
servindo de exemplo ao rebanho”.
I Pedro 5.2,3.
Os apóstolos da igreja de Cristo não
faziam tudo sozinhos, ou deliberavam tudo, haja visto, que quando se encontram
em situações difíceis entre a congregação, colocaram a igreja para ajudar nas decisões.
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve
uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles
estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a
multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de
Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de
boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos
deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. O
parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito
Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de
Antioquia, e os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo orado, lhes
impuseram as mãos”. At 6.1-6
Estamos atravessando dias em que os “lideres”
das mais diversas “igrejas” estão fazendo o que querem e o que não querem. Estão
se sentindo os donos do pedaço. Os imperadores do sol nascente. Os Califas de
Bagdá, etc...
Precisamos ficar ligados e atentos aos
acontecimentos, pois o que estamos vendo é o cumprimento das Escrituras 2 Tm
3.1-6 “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias
sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos,
gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais,
ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais
amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas
negando-lhe o poder. Afasta-te também desses. Porque deste número são os que se
introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados,
levadas de várias concupiscências”.
1 Tm 6.4,5 “ é
soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras,
das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas, disputas de
homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade
é fonte de lucro”.
Que Deus nos ajude a sermos a IGREJA
VERDADEIRA DE JESUS...
Um abraço em Cristo
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva
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