quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os Atos Proféticos da Igreja


Atos proféticos são o exercício a faculdade de agir e ter o seu resultado segundo os Oráculos de Deus; daquilo que se faz ou se pode fazer, em uma única direção: Bíblica e no Espírito Santo. Onde a ocasião e as circunstâncias pedem uma ação puramente divina. Onde o procedimento e a conduta são feitos dentro de uma ética espiritual que conduz a vitória.

A igreja precisa resgata suas origens espirituais. Precisamos readquirir as nossas bases doutrinarias e fundamentá-las na vida diária, para que possamos de novo, ser visto não só como uma entidade filantrópica ou uma instituição social, mas acima de tudo um organismo vivo de Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Seu Filho.
Temos visto e presenciado uma decadência nas instituições ditas “religiosas”, pela omissão e total descompromisso com o Reino de Deus. O que leva a muitos a caminhar pela estrada da duvida e incerteza da inoperosidade do evangelho, que não é o de Nosso Senhor Jesus Cristo. Precisamos nos mover com determinação, no que rege uma ação empreendedora e reformadora no ministério profético da igreja.
No Antigo Testamento, temos exemplos maravilhosos de homens que profetizaram isto é falaram as palavras de Deus ao povo e alcançaram vitórias.
§  Abraão, homem que recebeu um chamado de Deus, para que por meio dele existisse uma nação (Gn 12.1-3). Um patriarca da fé que no seu tempo foi um instrumento profético para o seu povo (Gn 17.9-11; 23).
§  Moises, homem que fora chamada especificamente para liberta e conduzir o povo de Deus a terra prometida, e por meio de Deus profetizou as 10 pragas no Egito (Ex 7.15-17) e outras mais profecias para o povo de Deus (Ex 12.7,12,13). Moises ministrou o profético em Deus (Ex 14 15,16; 15.25; 17.6) Na sua saída do Egito ele ministrou sobro o povo “o Senhor pelejará por vós, e vós calares” (Ex 14.14).
§  Josué, o sucessor de Moises foi outro, recebeu uma poderosa ministração profética e assumiu sobre a sua vida uma unção de líder vitorioso e condutor do povo de Deus (Js 1.1-9). Josué ministrou sob o profético na vida do povo nas suas batalhas (Js 6.2-5, 6-16,20; 10.8-14).
§  Na vida de Gideão não foi diferente. Deus o usou e ele obedientemente ministrou os oráculos de Deus (Jz 7.16-22).
§  Davi não podia faltar, pois ele foi um dos maiores homens de fé, coragem e determinação nos oráculos de Deus (1 Sm 17.40,49-51). Um homem que cria nas palavras que Deus colocava no seu coração. Um homem que não ficava só em palavras poéticas e filosóficas, mas do profético para a prática na fé, alcançando vitórias para o seu povo e glorificando o Nome do Seu Deus.
Toda a Bíblia de Gênesis a Apocalipse, ela é profética e os seus atos e ações estão inseridos na vida de todos os que tiveram uma chamada de Deus.
A igreja precisa exercitar o seu direto e o dever na reivindicação que é seu, por direto. Do que Deus já trouxe a realidade por intermédio do Espírito Santo. Dando luz ao nosso entendimento, tirando toda a ignorância e trevas da incredulidade, para que possamos ver o sobrenatural atuando em nossas vidas, por meio de Jesus Cristo.
Foi assim que a igreja no Novo Testamento cresceu e desenvolveu nos seus dons e ministérios. Ela se fez notória, se apresentou, se expôs, mostrou a sua cara, disse o que veio fazer, se manifestou com uma unção que contagiava e envolvia a todos (At 2.41-47 De sorte que foram batizados os que receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas; e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”).
Quando Deus por meio de Pedro e João realizou o primeiro milagre profético na cura de um coxo, a igreja foi reconhecida como a continuação de Jesus, como o tempo em que Deus haveria de restaura o seu povo prometido e todas as nações.
 A igreja primitiva ela era profética, porque segui uma linha, a dos apóstolos; que por sua vez segui a dos profetas, que por sua vez segui a linha de Deus. Não pode existir um mover profético sem primeiro que o Espírito Santo esteja conduzindo o querer e o realizar “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” Fl 2.13. 
  
1.  A Contextualização do Profético.

Deus precisa de uma igreja que tenha a mesma visão que ele tem. Que tenha e que faça a diferencia no mundo atual “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.13-16).
Para haver um mover espiritual é preciso haver uma atitude humana, que envolva arrependimento e conversão (At 3.19-21 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor,e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio), que envolva uma proposta de mudança, uma nova mentalidade, uma nova ótica contextualizada á luz da palavra de Deus.
Quando falamos da necessidade de contextualizar o profético, estamos falando de tornar os conceitos ou ideais pertinentes em cada situação. Colocando dentro de uma realidade atual e nunca nos movendo aos tempos passados, do qual foi proferida, pois isto envolverá a antropologia cultura e os costumes, com as épocas e uma forma de entendimentos do qual nós nunca vivenciamos. Com isto, estaríamos retrocedendo e falhando em nossa missão profética, onde não poderíamos compreender o real significado dos oráculos divinos.
A transferência do teor imutável do Evangelho para a forma verbal significativa para os povos em suas respectivas cultura e dentro de suas situações existências particulares.
Movimentos espirituais são populares nos dias de hoje, mas o mover de Deus está em bem poucos lugares.  Isto se dar, devido o grau ou ao nível de santidade e seriedade com que estamos tratando e trabalhando com Deus.
Os atos proféticos não são realizados e ministrados por mera vontade humana, nem pelo conhecimento bíblico, intelectual, filosófico, espiritualístico ou religioso, mas pela inteira e real revelação divina. Pois é ela que traz ao nosso conhecimento a necessidade desta realização, pois existe, de fato um acontecimento em vista e Deus no-lo traz a sua revelação (Amós 3.7 Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”).
A igreja não pode viver, e nem permitir e insistir a ter uma vida de infantilidade, de meninice, de ingenuidade; levada pelo vento de toda doutrina que não condiz com as Escrituras, e que nunca trará resultado eficaz. Precisamos buscar uma maturidade para podemos distinguir bem, como realizar os oráculos de Deus na igreja (Hb 5.12-14 Porque, desde a infância sabes as sagradas letras, que podem necessitais de que se vos torne a ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus, e vos haveis feito tais que precisais de leite, e não de alimento sólido. Ora, qualquer que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois é criança; mas o alimento sólido é para os adultos, os quais têm, pela prática, as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal”; 13.9 Não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas; porque bom é que o coração se fortifique com a graça, e não com alimentos, que não trouxeram proveito algum aos que com eles se preocuparam” ; Ef 4.14,15 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”).
Uma ação profética jamais estará limitada a um princípio de qualquer tipo de ordem, somente a de Deus. Deus jamais vai contradizer a sua palavra, em beneficio de qualquer um que seja.
Quando adquirimos uma visão contextualizada, isto é descobrimos as implicações legitimas do Evangelho em determinada situação. Entendemos que os fatos contemporâneos (do mesmo tempo, da época atual) estão inerentes ou ligados de modo intimo em cada realização.
Assim que começarmos analisar determinados textos de modo contextualizado, isto é nas inter-relações de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação, no seu conjunto social: ou religioso, na convivência em sociedade; e exegeticamente, poderemos compreender melhor a ação de Deus sobre o homem. Poderemos entender os atos e fatos que levou Deus a fazê-lo em determinada época. Isto deve corresponder à visão que devemos ter em nossos dias. Devemos ter muito cuidado ao pronunciar (“determinar”) um ato profético, pois, ele, deve estar para nós, como nós devemos estar para ele. Dentro de uma realidade espiritual e local. Onde possa atingir e nunca fugir; onde possa agir e nunca transgredir; onde possa atuar na operosidade do Espírito Santo e nunca ser um mecanismo de uso pessoal. Esta operação, ela é determinada dentro de princípios puramente Bíblicos e espirituais, onde Deus comunicar as suas verdades e localiza-as para dentro do homem.
O Espírito Santo de Deus, como já sabemos, não é de confusão. Ele atua em nossa época da mesma forma que atuou nos tempos antigos, sem nenhuma restrição. Ele faz as mesmas obras que foi feitas, porém, Ele é um Espírito que trabalha dentro de ordem e decência, onde cadencia e encadeia a sua ação dentro de determinados movimentos e ocorrências.
Não podemos nos apegar a determinados textos bíblicos isolados e tentar transferi-los ao que outrora fora feito dentro de uma atuação puramente espiritual e local, para os nossos dias, com o pretexto de que deva ser um ato profético. Temos que levar em conta o que deveria ser o costume de uma época, de uma dispensação, para torná-la profética em nossos dias. Os atos proféticos são movimentos espirituais, que pode se transferir de uma determinada ação para uma outra ação; seja local, cultural ou ate universal, dependendo da vontade e intenção divina, para que, por meio disto Deus possa falar e ser compreendido. Ela se dá dentro de uma preparação de Deus para como homem. Quando Deus se manifestar, o homem não terá duvida nenhuma daquela ação, pois o homem já foi preparado mentalmente, biblicamente e espiritualmente pelo próprio Deus para aquele ato (1 Co 2.13-16 as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”).
Para que uma igreja exista e viva no mundo sobrenatural, têm que de fato e de verdade nascer no coração do povo, uma fé na obediência de Jesus Cristo. Fé tal, que venha ultrapassar os limites humanos e materiais da nossa temporal existência, trazendo consigo uma visão de vida do futuro para o presente. Daquilo que vamos desfrutar com Cristo no céu, como já vivendo aqui.         

2.    Modos de Comunicação.

Os profetas apresentavam-se aos seus contemporâneos como homens que tinham uma palavra a dizer. O oráculo falado é a forma pela qual a palavra de Deus era expressada. Oráculo hebraico “Dãbhãr” – “A palavra declarada de Deus” (2 Sm 2.16,23); e do grego “Pronunciamento Divino”. Cada profeta deixava estampados os sinais de sua própria personalidade e experiências na suas palavras.

As palavras de Deus eram proferidas por seus profetas mesmo tendo a sua individualidade, em determinadas ocasiões, sob certas circunstâncias.
Algumas vezes os profetas punham os seus oráculos na forma de parábolas ou alegorias (Is 5.1-7; 2 Sm 12.1-7; Ez 16 e 23 cap.), porém a mais dramática apresentação de suas mensagens era feita por  meio do oráculo por ação”, o que era uma espécie de auxílio visual.
A palavra corporificada no símbolo e extraordinariamente eficaz é impossível que deixe de ser cumprida; realizará exatamente aquilo que o símbolo declarava. Isaias teve que andar despido e descalço (Is cap 20); Jeremias despedaçou o vaso do oleiro (Jr cap 19); Aias rasgou sua roupa nova em doze pedaços e entregou dez pedados a Jeroboão (1 Rs 11.29); Ezequiel cercou uma cidade em miniatura (Ez 4.1-3).
Oráculo por ação era o movimento da parte de Deus para com o homem: a Palavra de Deus, os atos proféticos.

Isto não nos dá o direito de aplicarmos estes “atos proféticos” em nosso tempo, pois hoje temos a palavra de Deus encarnada, verbalizada e escrita. Muito cuidado com o que estamos fazendo e tentando colocar na conta de Deus. Ele tá fora disto....

Em Cristo
Um Abraço
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva

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